Eu passei por isso durante 9 anos e  só quem já viveu entende. Afinal, a infertilidade impacta questões fundamentais da nossa vida: carreira, finanças, planos de curto prazo (marco a viagem?), relação com amigos e familiares (vou na festa infantil? chá de bêbê?); além da nossa autoestima e a própria vida conjugal.

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Não conseguir engravidar fere - não só a ordem natural (nascer, crescer, reproduzir-se, envelhecer e morrer) - como também uma expectativa cultivada por uma vida inteira, desde quando brincávamos de boneca. Para agravar, somos condenadas (às vezes por nós mesmas) por “não conseguir relaxar”, “estar muito ansiosa”, ou “não estar pronta para maternidade”.

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Como não bastasse a angústia pessoal, lidamos com dezenas de palpites e sugestões: pernas levantadas pós relação sexual, chá de inhame, missa ou sessão de cura, adoção de um cachorro, usar a barriga da irmã, etc. Há ainda  variados tratamentos médicos, protocolos, testes (genéticos, hematológicos, imunológicos, ERA, etc). Com isso, nos sentimos confusas e perdidas e com medo de nunca  levarmos um bêbê para casa.